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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Vamos trabalhar na Azaléia??


Treinamento, educação e equilíbrio entre trabalho e família. Esta é a aposta da empresa gaúcha para encarar o mercado global

Na Azaléia, de Parobé, no Rio Grande do Sul, a saída foi o investimento nas pessoas. Tudo começou quando a empresa descobriu que mais de dois terços de seus funcionários mal haviam esquentado os bancos escolares. Era o começo da década de 90. Numa só canetada o governo reduzira o imposto de importação dos calçados de 64% para 20%. Foi nesse cenário que nasceu o projeto Azaléia Construindo o Futuro 2001. Desde então, a empresa tem planos próprios de saúde, habitação, educação e transporte para mais de
9 300 funcionários e suas famílias.
O cartão de visitas do Azaléia 2001 é uma creche com capacidade para 800 crianças até seis anos. Como a empresa opera 24 horas por dia, em turnos de oito horas, a creche segue o mesmo ritmo. As mães (ou pais) podem deixar e retirar as crianças até de madrugada. "É uma tranqüilidade saber que minha filha de três anos fica na creche", diz José Celso Kuhn, gerente da área de materiais.. A empresa atua na educação dos filhos dos funcionários até os 17 anos deles. Depois da creche, eles podem freqüentar o Centro de Desenvolvimento Educacional até os 14 anos. Trata-se de um local onde as crianças têm esportes, informática, teatro, música e outros itens de educação complementar ao ensino regular.
Aos 16 anos, se desejarem seguir os passos dos pais, os filhos dos funcionários são aceitos no Centro de Desenvolvimento Profissional da Azaléia. Em um ano, com bolsa de estudo do CNPq, eles se tornam sapateiros profissionais. A opção de virar funcionário da Azaléia é deles, não da empresa. E os funcionários que mal sabiam escrever o nome no começo dos anos 90? A escola de ensino supletivo da Azaléia tem 2 614 alunos matriculados no primeiro grau e mais 613 no segundo grau. A escola também oferece cursos de informática, inglês e espanhol. Não há cobrança de taxas em nenhum dos cursos. O programa de educação da Azaléia vai além. Quem faz faculdade recebe ajuda de 80% do custo de duas disciplinas. Há 260 pessoas recebendo esse benefício no momento. No total, entre funcionários e filhos, a Azaléia participa diretamente da educação de 4 796 pessoas.
Além da ajuda na universidade, a empresa também contribui com os cursos de pós-graduação e línguas.
. "Eu entrei aqui como soldado raso (passador de cola nos sapatos, a função inicial na fábrica), aos 17 anos. Agora, aos 34 anos, pertenço a um grupo de executivos que pode representar a Azaléia em qualquer lugar do mundo", diz Carlos Reichert .Esse apoio aos estudos que a empresa da aos seus funcionários faz com que a empresa cresça mais , e sua motivação faz com que o rendimento aumente.
Além dos estudos  a Azaléia oferece : Plano de Saúde Integral, criado pela empresa, cobre de tratamento odontológico a lentes de contato, ponte de safena e terapia. Ao lado da fábrica, em Parobé, funciona um centro de saúde dos mais modernos. Mas o funcionário e seus dependentes podem optar pela rede credenciada ou pelo sistema de livre escolha. A mensalidade para o funcionário é de 29 reais. "A princípio, parecia impossível criar um plano de saúde próprio capaz de atender os funcionários e suas famílias", diz Nestor, como é conhecido. "Mas de tudo o que nós fizemos nestes últimos anos o plano de saúde é o que mais me orgulha."
A Azaléia também tem um plano peculiar de participação nos resultados para os funcionários. No final do ano são estipuladas as metas de lucro para a fábrica no ano seguinte. Se forem atingidas 90% das metas, todo mundo ganha um salário integral. Mas o plano fica bom mesmo quando o lucro excede o planejado. O excedente é dividido em dois, metade para os acionistas e metade para os funcionários, a título de bônus. No total, a empresa distribuiu 14 milhões de reais no ano passado (o lucro total chegou a 61 milhões de reais). Somando o 13º salário, com a participação nos resultados mais o lucro excedente, os funcionários da Azaléia ganharam 17 salários em 1996.
Há um bordão na Azaléia que resume a política de recursos humanos da empresa. A frase "tem gente atrás da máquina" circula de boca em boca por lá e, dizem, é de autoria do presidente.
As mulheres são quase 40% da população da Azaléia, um índice bem acima da média das empresas mas comum nos setores de calçados e confecções. Na Azaléia, gravidez não é problema. Além da creche onde deixar os filhos, as mulheres têm um outro programa especial para grávidas. Elas podem participar do Grupo de Gestantes, no qual aprendem tudo sobre gestação, parto, cuidados com o bebê e como fazer um enxoval. Também ganham fraldas, toalhas, medicamentos e até uma lista com sugestões de nomes para o bebê. Quando estão amamentando, as mães são liberadas durante o expediente para se juntar aos filhos na creche.
O projeto Azaléia Construindo o Futuro 2001 ainda não deu frutos no quesito habitação. Faz parte de seus planos, no entanto, construir 700 casas em parceria com os governos federal e do Rio Grande do Sul. Pelo convênio, a Azaléia vai construir as casas com dinheiro próprio, mas será ressarcida pela Caixa Econômica Federal. Os funcionários poderão fazer financiamentos de até 240 parcelas com juros entre 3% e 9% ao ano, dependendo de sua renda. As casas deverão ser entregues dentro de dois anos. "É a última coisa que falta para completar o projeto Azaléia 2001", diz Nestor.
Mas é possível que o pessoal da Azaléia encontre algo mais para fazer.





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